Das palavras que nos escutam
E do ar que nos respira
Tento enteder de que é feito o amor.
Daonde brotou tão fina flor
Que por motivo ínfimo vira espinho
E arranha tudo ao seu redor.
Penso nas flores
Sinto o cheiro do sol
Me aqueço com meus pensamentos
E ainda assim não sinto o amor que há tempos idealizam
Amor a vida? Não é esse o amor que declaram.
Ainda não é isso.
Subo ruas
E ando em árvores
buscando algo para amar mais que tudo
Algo que eu queira me doar, me ser e me viver
E então eu achei no fundo da vida
uma estrela que brilhava mais que todas
Que brilhava mais que tudo
Que era mais bela que o mundo.
E eu passei a amá-la, beijá-la
Passei a viver por ela e dela
Passei a ter por ela o que nunca tive nem mesmo por mim.
Vivi o amor.
Conheci o ódio.
Encontrei a vida.
De tão bom,
o amor se fez mau.
De tão mágico,
se fez real.
De tão amor,
virou ódio.
...para certificarme de que o amor nada vale.
3 comentários:
Gosto de ler seus textos, biazita
Agora: o final é a continuação do título? Só fiquei na dúvida
=]
é, é sim...
Ah, você que escreve isso? Cara, tu tens talento! Essa poesia parece revelar a filosofia de Heráclito (talvez não totalmente): a harmonia dos contrários que não cessam de transformar o mundo.
Tipo, não sou muito fã do tema () mas gosto de poesia. Vc faz uns paradoxos legais. Eles no começo parecem uma antítese, mas se complementam e mostram as idéias aparentemente absurdas mas explicadas (Vivi o amor/Conheci o ódio/Encontrei a vida)...
Primeiro você começa tentando entender o amor, e este lhe parece algo distante, tanto que você vai a sua procura. E o própio meio parece ser opressor pra essa procura (o ar te respira, a vida te cerca). A sua busca começa pelas coisas naturais, o sol a flor. Só que nelas não há nada: daí não haver amor a vida e vem a primeira decepção. Depois ele é criado. E mesmo assim não satisfaz, já que o própio eu lírico se decepiciona com sua criação...
Foi mal não comentar mais, mas tenho que desligar o pc justo agora! E achei maneiro a idéia de unir o título ao final.
Valeu!
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