quarta-feira, 29 de julho de 2009

O conto do canto da vida.


Em um dia comum, pessoas comuns faziam coisas comuns, enquanto uma menina triste no canto chorava.
Um senhor se aproximou da menina e perguntou por que tamanho sofrimento em um dia tão normal.
Com os olhos cheios de lágrimas, o coração apertado e a alma quase morta a menina soluçou em um ar de desespero:
- Eu sabia o que ocorreria, mas mesmo assim eu quis arriscar. Não aguentava mais essa vida normal... Decidi abandonar tudo e descobrir o que é o céu. Fui do céu direto para o inferno; só daí descobri que o normal, que o de sempre era o que eu mais queria, era só o que eu queria.
Conheci lugares sujos, pessoas estranhas. Experimentei do doce sabor do dançar até o amargo sabor da nicotina. Mas nada disso me faz sofrer mais que a lembrança do verdadeiro amor. O amor que um dia eu tive por mim. O amor que eu troquei por um sentimento que me libertava diretamente para o presídio de minh'alma. Eu só queria saber o que era ser feliz, mas nunca parei para saber se o que eu tinha e vivia era feliz, nunca me preocupei em me fazer feliz... Nunca busquei a felicidade em mim e hoje estou aqui: afogada na fossa que eu mesma construí.

sábado, 25 de julho de 2009

Pois é


Os dias passaram, e isso foi inevitável.
Não tivemos muita escolha, não temos muita escolha. Algumas coisas acontecem, e simplesmente acontecem.
Como o sol que nasce todos os dias.
Como a lua que reflete a luz das estrelas.
Como o mar que parece a continuação do infinito.
Algumas coisas simplesmente acontecem.
Como conhecer alguém, por acaso, em uma noite que você deveria estar em casa estudando.
Como se apaixonar por seu amigo, namorar com ele e descobrir que sempre foi apaixonada por uma antiga paixão, que do nada ressurge.

Como viver um amor esperando tudo e não vivendo nada.
Como viver uma paixão sem esperar nada, vivendo tudo.
E eu repito: para algumas coisas da vida não há escolha.
Seria como encontrar a pessoa certa, no momento errado.
Passar no vestibular para o curso que você não quer.
Beber cachaça por não ter dinheiro para o uísque.
Não há escolha.


"Fica o dito e redito por não dito
E é difícil dizer que foi bonito
E inútil cantar o que perdi"

terça-feira, 21 de julho de 2009

(in)Certezas

Engraçado como temos toda a certeza do mundo sobre alguma coisa enquanto está tudo bem.
É difícil admitir que fizemos a escolha certa quando alguma coisa vai mal.
E nem sempre porque está mal, quer dizer que é mal, ou que fizemos a escolha errada. As pessoas precisam entender que as coisas da vida são resultado de diversos fatores, e não é a escolha de um que vai fazer tudo dar certo ou tudo dar errado.

Adianta parar de fumar e se entupir de coxinha? Parece cômico, mas é triste.

Eu andei preocupada durante esses dias. Fiz uma escolha difícil na minha vida, muito difícil; assumo. Escolha que talvez não tenha volta.
E assim, estava tudo bem enquanto eu estava bem, entendem?
E quando eu simplesmente acordei mal, coloquei toda a culpa da minha "infelicidade" na escolha, que de verdade, não influenciou em nada naquele meu momento.
É difícil de explicar... Mas é como se nós (eu, pelo menos) jogássemos a culpa no que é mais cômodo, ao invés de admitir o óbvio, além daquele medo e insegurança que sempre existe quando temos que tomar decisões sérias, e que nos faz crer que toda a desgraça do mundo é fruto dessa "má" decisão.

São nessas horas que eu paro e penso: e se eu não tivesse mudado nada; se estivesse vivendo a mesma vida de antes, eu seria/estaria feliz? Eu estava feliz?
Eu não quis mudar a minha vida à toa, entendem?

terça-feira, 7 de julho de 2009

Bastidores


Acho que em toda a minha vida nunca foi tão difícil eu fazer alguma coisa. Já passei da fase de decidir, e para falar a verdade, nunca me vi tão decidida.
Eu só queria mesmo que ele me entendesse. Entendesse o outro tempo e o nosso tempo. Porque ter tanto medo assim do que é tão bom?!
Medo de acabar? Vai acabar mesmo um dia, nem que seja com a morte de um dos dois, mas um dia (nessa vida) acaba. Por que não viver e aproveitar tudo o que estamos passando sem essa nóia toda de medo, até porque, quem tem motivos para ter medo aqui sou eu, e por algum motivo inexplicável, quando estou com ele não sinto medo.
Eu imagino que deve ser estranho para você ver todo aquele passado pregado no meu perfil, mas acredite, não é por escolha minha. Eu fiz uma promessa. Prometi que tentaria não magoar ninguém, e quando fosse impossível evitar o sofrimento, eu ao menos amenizaria tudo isso que faz tão mal. Mas parece que por zelar por ele, acabo não zelando por você e te vejo mal, e eu fico mal. E eu fico confusa, e você fica distante, e então, eu fico com medo.
Eu só queria acabar logo com tudo aquilo e ser feliz com tudo isso.
Mas tudo requer um tempo específico que independe das nossas vontades, desculpa.
Eu só queria pedir para você aguentar mais um pouquinho, que eu prometo que tudo isso vai passar.

E então seremos nós, estreitos nós.